terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Criei coragem - A chegada do príncipe

Ó gente, esse post é grande, mas para quem tem interesse no assunto, vale a pena ir até o fim.

Tem umas histórias que sei que fico devendo aqui no blog, fico enrolando dizendo que vou contar, vou escrever... mas a verdade é que me falta coragem. Bem, hoje alguma coisa mudou, porque acordei com vontade de falar sobre a batalha para ter nosso filho.

Acho que essa inspiração veio para dar força a muitas "tentantes" blogueiras que relatam sua luta para ter um bebê. Bem, para elas, aqui vai um relato da minha história.

Sempre quis ter um filho! Sonhava em casar e engravidar logo, e assim nós fizemos. O Gabi também queria ter filhos e com 8 meses de casados engravidei, foi no 3º mês de tentativa. Lembro que fiquei viciada em teste de gravidez de farmácia. Comprava um monte e o Gabi tinha que escondê-los porque senão eu fazia todos de uma vez (pessoa doida).

Ficamos muito felizes e logo contamos para todos. Fizemos cartões e distribuimos para toda a família dizendo "Você vai ser vovó" ou "Você vai ser titio"... Isso foi em novembro de 2006. Então, um belo dia, em janeiro de 2007, depois de um passeio no shopping cheguei em casa e fui ao banheiro, eis que quando cheguei vi que tinha uma pequena mancha de sangue na calcinha. Liguei para a médica que disse que um pouco de sangue era normal por conta da nidação, mas que se eu estava muito nervosa, poderia ir à Perinatal para fazer uma ultra. Foi o que fizemos.

Quando chegamos lá a médica começou a procurar batimentos e nada, ligou o dopler e nada, olhou novamente... até que veio a notícia... o neném já estava a aproximadamente 2 semanas sem vida no útero e meu corpo não havia dado nenhum sinal. O colo do útero continuava fechadinho e só pude fazer a curetagem 2 dias depois, porque o colo não abria e a médica teve que aplicar uma medicação para forçar a abertura do útero e as contrações.

Vocês imaginam o que é ficar 3 dias com o bebê sem vida dentro de você? Pois bem, quando as contrações (absurdamente dolorosas) começaram fui para o hospital, onde eles fizeram uma raspagem (2ª pior dor da minha vida - a 1ª vem daqui a pouco) e depois a curetagem.

Depressão total nos tempos que se seguiram. Não conseguia fazer mais nada, parecia que tinham me arrancado um braço! Bem, mas o tempo passou e em abril eu engravidei novamente. Dessa vez decidimos ficar low profile e não contar para ninguém até completar o 3º mês. Mas isso novamente não aconteceu. Em um dia de maio acordei com uma dor horrível no ventre que só aumentava, até que me levantei da cama e senti a maior dor da minha vida, só me lembro de ter caido no chão e apagado por um momento.

Quando acordei estava sangrando e meu marido desesperado ligando para a médica. Fomos correndo para o hospital. o diagnóstico: Uma Gravidez Tubária que arrebentou a minha trompa, porque o bebê já tinha crescido e eu já estava num processo avançado de hemorragia interna. Estava sangrando para dentro do útero e já tinha perdido muito sangue. Fui direto para uma cirurgia de emergência, onde tive que retirar a trompa direita.

Desta vez meu mundo acabou!!!! Fiquei cheia de pontos, foi uma recuperação super sofrida e neste momento tive certeza que não poderia mais ser mãe. A surpresa seguinte que tivemos foi quando o hospital ligou para falar que a análise da trompa tinha acusado um tumor!! É mole? Fiquei apavorada, mas minha médica querida (Dra. Emiliane - quem quiser o telefone dela... indico de olhos fechados) estranhou e pediu para eu levar a lâmina numa pessoa da confiança dela (que disse que não era nada, apenas um resíduo de uma infecção que eu tive).

Essa foi a fase mais negra da minha vida. Fiquei reclusa, perdi "amigos" (em amigos, entende-se pessoas que não souberam respeitar e/ou entender o nosso momento. Teve gente até que ficou p. da vida comigo!). Vai entender esssa gente...

Em dezembro a médica me mandou fazer um exame que seria definitivo para saber se eu poderia ter filhos pelo método convencional, chamado histerosalpingografia, onde o médico injeta um contraste que percorre todo o colo do útero e a trompa que restou, para saber se tem alguma outra obstrução. Nunca vou esquecer quando a médica falou que a trompa esquerda era "linda"!

Sendo assim, em janeiro de 2008 a médica me deu alta para voltar a tentar. Fiquei feliz, mas ao mesmo tempo apavorada, porque agora, com apenas 1 trompa, achei que levaria uma eternidade. Engravidei em fevereiro, no 1º mês de tentativa...

Nove meses depois chegou o meu anjo, minha vida, meu príncipe. Durante esse período conversei muito com ele, pedindo para que não tivesse medo de vir, que ele seria muito amado... E ele veio, nosso Ciro!

2 comentários:

  1. Nossa, que luta! Que história!
    Fico feliz que vc tenha conseguido superar tantos obstáculos, nao sei se teria tamanha coragem e forca!

    é uma história inspiradora mesmo!

    beijao!

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  2. Uma luta e tanto. Eu na verdade já conhecia a história pela Lau e Ve, mas não conhecia alguns detalhes que vc relatou.
    Acho que foi dessa vez, pq. era a hora, né? Vc precisou sofrer, amadurecer e passar por isso tudo, talvez para dar mais valor, sei lá... mas com certeza isso foi um aprendizado que foi necessário em sua vida. E é legal vc compartilhar isso, pois pode ter gente precisando ouvir (ler) justamente isso.

    E o próximo, tem previsão? O Gabi tá de parabéns, heim. Tiro certeiro esse menino tem!! Vcs tentaram mto pouco tempo em todas as vezes! hehehe
    A Ju tb. foi assim, engradivou rapidinho do 1º filho (a Lia eu não sei).

    Beijos!
    P.S.: Essa é a mesma médica da Amanda e Jurema?

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