Eu já havia reparado que, por duas vezes, ele estava interagindo e brincando com outras crianças e quando elas perguntavam seu nome, ele ficava envergonhado e se retraía. Tive aquele estalo (que acho que só mãe tem) de que o fato dele ter um nome diferente e ainda por cima não conseguir pronunciá-lo, o deixava desconfortável.
Acho até que se ele se chamasse Andre, ou Gabriel, nomes que tem o R, mas são comuns, os outros entenderiam. Mas quando ele pronuncia “CiLo”, as pessoas fazem uma cara de estranheza que o deixa mal.
Anteontem comentei isso com o pai, mas ele disse que era caraminhola da minha cabeça... Ok.
Ontem, ao chegar em casa, Ciro me informa que mudou seu nome para Daniel. Perguntei o porquê da mudança e ele foi categórico: “Porque Ciro é muito difícil de falar. Agola eu sou Daniel, que é mais fácil”. Morri 20 vezes!!!!
Sei que essa idade, entre 4 e 5 anos, é o período limite da criança para o “ajuste fino” na fala, mas todas as crianças da turminha dele já pronunciam o R, e ver que meu filho fica constrangido em não conseguir pronunciar seu próprio nome, a ponto de querer mudá-lo acabou comigo. Então peguei algumas indicações de fonos com a coordenadora da creche e marquei o pediatra para fazer qualquer tipo de encaminhamento necessário.
E como medida paliativa, eu e o pai combinamos de pensar num apelido bem legal para ele e pedimos que ele também ajudasse na escolha. Ele adora o Perry Ornitorrinco do desenho do Phineas e Ferb e queria ser chamado de Perry. Falamos que ele poderia ser, mas que Perry também era nome e então criamos um apelido para Perry, o Pepê. Assim, enquanto ele não aprende a falar o R, se alguma criança perguntar seu nome, ele é Pepê até segunda ordem.
